A I Semana Rock do Souza Lima terá, logo em seu primeiro dia, um seminário acadêmico de peso que contará com a apresentação de trabalhos que foram aprovados no II Congresso Internacional de Estudos do Rock (realizado na UNIOESTE, em Cascavel, em Junho de 2015) por três professores do SLROCK: Silvio Moreira (Prof. Me. de Estética e de História do Rock), Rodrigo Grecco (Prof. de Canto) e Ciro Visconti (Prof. Me. de Guitarra, Harmonia, Contraponto e Prática de Bandas). No seminário, cada professor irá apresentar seu trabalho detalhadamente em palestras de 40 minutos e em seguida a sessão será aberta para perguntas, considerações e discussões com o público.
Se inscreva na Semana Rock neste site: http://www.souzalima.com.br/home/inscricao-i-semana-sl-rock/
Para poder aproveitar ao máximo do seminário, leia abaixo os resumos dos trabalhos ou veja nos anais do II Congresso Internacional de Estudos do Rock os artigos completos (os links estão após cada resumo).
Resumos
A Brasilidade no Rock do Clube da Esquina em “Nuvem Cigana”
Silvio Moreira
(SLROCK – Doutorando USP)
RESUMO: Em 1998, a pesquisadora M. T. Ulhôa constatou, durante uma comunicação sobre o Rock Brasileiro no Seminário de Pesquisa do Instituto de Música Popular da Universidade de Liverpool, que os ouvintes ingleses não identificavam singularidades nas músicas apresentadas que justificassem a terminologia de ‘Rock Brasileiro’. Em decorrência deste evento, Ulhôa empresou uma pesquisa a procura de indicativos objetivos da singularidade do rock brasileiro em face do rock inglês, apesar da reconhecida dívida que o primeiro tem para com o último. Escolheu evidentemente o que mais lhe parecia distante do rock inglês, procurando obras em que se explicitassem motivos e ritmos brasileiros dentro da forma do rock. Procurando oferecer uma contribuição a pesquisa de Ulhôa, este trabalho procurará aplicar parte das categorias desenvolvidas pela autora agora em peças declaradamente mais influenciadas pelo rock inglês, em particular “Nuvem Cigana”, de Lô Borges e Ronaldo Bastos, gravada em 1972 no clássico album Clube da Esquina, catalogado também como rock psicodélico, cuja música a pesquisadora Thais dos Guimarães Alvim Nunes afirma ser um exemplo de influência dos Beatles. Apesar desta influência, pretendo demonstrar em que medida ela é absorvida e transvertida por meios tipicamente brasileiros. Irei me concentrar na poética da letra, a fim de verificar como a temática simbólica, presente em todo o movimento do rock, é trabalhada pela matriz do nosso folclore. O centro da luta de Ulhôa foi justamente identificar como estes processos que são habituais ao rock em geral não ocorrem da mesma maneira, e que estas diferenças são suficientes para singularizar o estilo.
PALAVRAS CHAVE: “Nuvem Cigana”; rock brasileiro; rock inglês.
Link para o artigo completo: http://www.congressodorock.com.br/evento/anais/2015/artigos/1/artigo_simposio_1_1044_prof.silviomoreira@gmail.com.pdf
O poder da voz no Rock: A trajetória, análise e aspectos da evolução da voz no Rock e sua influência através das gerações
Rodrigo Grecco
(SLROCK)
RESUMO: A voz humana é conhecida e reconhecida como nosso primeiro recurso e instrumento de comunicação, e ajuda a revelar nossas características de personalidade e de comportamento. Na música, ela pode ser apenas vocalizada, mas com texto, ela dá expressão e força única as palavras. A abordagem desse tema é em torno da linguagem vocal no estilo Rock, suas vertentes, gêneros e subgêneros, e sua mudança de comportamento, influenciando diretamente as gerações que tiveram grande contato com o estilo. O Rock tem uma estrutura musical derivada do Blues, e em alguns aspectos, até do Jazz e ao longo do tempo, foi se associando a outros gêneros musicais. Mas sempre foi, e é um estilo musical ligado à juventude e rebeldia, e vale ressaltar que é um estilo que atravessou o tempo e modificou padrões de comportamento na sociedade. Nesse artigo que apresento para o Simpósio temático Rock e Comportamento, abordo a análise musical e vocal, suas formas de expressão, interpretação do texto e do fraseado musical, as técnicas utilizadas, detalhando suas funções, posições e mecanismos da fisiologia e arquitetura vocal, as características peculiares dos ressonadores vocais, os registros da voz e suas passagens, formas de apoio respiratório, fonação, ornamentações. Ou seja, as afirmações e modificações vocais, as interligando ao aspecto comportamental, tudo com exemplos realizados através trechos cantados, analisando todas as épocas, com áudio e vídeo, inclusive laringoscópicos, que retratam visualmente os movimentos físicos e técnicos da voz no Rock e seu poder de influenciar o comportamento das pessoas.
PALAVRAS CHAVE: Rock and Roll, Técnicas Vocais, Canto no Rock
Link para o artigo completo: http://www.congressodorock.com.br/evento/anais/2015/artigos/3/artigo_simposio_3_989_rdgrecco@gmail.com.pdf
Brian May: as experiências polifônicas e orquestrações de guitarra no Queen que contribuíram para o desenvolvimento das gravações em overdub
Ciro Visconti
(Prof. Me. – SLROCK)
RESUMO: O Queen lançou seu primeiro álbum em 1973 e imediatamente o público e a crítica reconheceram que tinham uma sonoridade diferente entre as bandas do cenário inglês do Rock no início dos anos 70. Enquanto bandas como o Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple exploravam sonoridades pesadas e performances improvisadas; bandas como o Pink Floyd, Yes, Genesis e Emerson, Lake & Palmer, proporcionavam viagens psicodélicas com longas e complexas seções instrumentais; o Queen misturava qualidades destas duas vertentes e ao mesmo tempo trazia uma sonoridade polifônica com arranjos vocais gravados em overdub (gravação em múltiplos canais que permite que um mesmo músico toque ou cante em várias camadas). Esta textura polifônica que foi criada na banda especialmente pelo vocalista e pianista Freddie Mercury, influenciou de forma decisiva o estilo do guitarrista Brian May que já no segundo álbum, Queen II, fez a sua primeira orquestração de guitarras gravadas em overdub na música Procession. A partir de então, as orquestrações de guitarra passaram a ser uma das marcas registradas do Queen e alguns dos solos mais marcantes deste importante guitarrista, como Killer Queen, Good Company, God Save The Queen (arranjo com orquestração de guitarras para o hino da Inglaterra), The Milionare Watz, Good Old-Fashioned Lover Boy, All Dead, All Dead, Bicycle Race, It’s a Kind of Magic, Innuendo, entre muitos outros, utilizaram as técnicas de gravação em overdub. Neste artigo que apresento para o simpósio temático Histórias do Rock, farei uma análise da evolução destas orquestrações de guitarra através de transcrições inéditas e de recriações de suas gravações (que serão mostradas em vídeo na apresentação).
PALAVRAS CHAVE: Queen; Brian May; Overdub.
Link para o artigo completo: http://www.congressodorock.com.br/evento/anais/2015/artigos/2/artigo_simposio_2_878_cirovisconti@gmail.com.pdf
A I Semana SL Rock vai de 13 à 17 de Julho, são 46 horas de workshop, aulas, palestras, shows e muito rock! Inscreva-se já porque as vagas são limitadas!
http://www.souzalima.com.br/home/inscricao-i-semana-sl-rock/